Camellia sinensis: A planta que mudou o mundo
Mesmo sendo inúmeros os tipos de chás produzidos em todo o planeta e, embora tenham aspecto e sabor muito diferentes, todos são feitos da mesma planta: Camellia sinensis, popularmente conhecido como o chá verde.
Os chineses foram os primeiros a descobri-la, por volta de 2.737 a.C., onde o imperador Shennong descansava sob uma árvore de chá e percebeu seu aroma perfumado. Quando colocaram as folhas verdes da planta em água quente, ela começou a produzir uma bebida com um gosto peculiar, tornando-se o chá.
Os chineses foram generosos o suficiente para apresentar o chá ao Japão, em torno de 800 e aos ingleses em 1657.
Durante os séculos 18 e 19 os europeus deram as costas às cervejas fracas e optaram cada vez mais por beber chás, pois continham pequenas doses da estimulante cafeína. Vale lembrar que o chá foi por séculos um sinônimo de status social e elitizado, devido seu alto valor.
Nessa mesma época, os americanos também desfrutavam tanto da bebida quanto o restante do mundo. Porém, atualmente, os canadenses bebem quase quatro vezes mais chá que seus vizinhos bebedores de café nos EUA.
Colheita milenar
Para encorajar o crescimento de muitas folhas novas, a árvore do chá era podada regularmente na forma de arbusto baixo para facilitar a colheita. Mantendo-se a tradição, os colhedores carregam suas cestas de vime como mochilas nas costas e testa, arrancam o botão e apenas duas folhas terminais na extremidade de cada broto para um chá de qualidade superior.
Esse ato delicado, juntando o polegar a outro dedo para arrancar a ponta que brota e protegê-la na palma da mão, tem impedido os esforços por mecanizar a colheita do chá.
Depois de cheias, as cestas são enviadas às fábricas de processamento local, onde as folhas verdes são postas para murchar e depois enroladas, fermentadas, secas e classificadas segundo o tipo de chá produzido.
A corrida pelo chá
Até meados do século 19, os marinheiros mercadores de longas distâncias viajavam em navios, abrindo caminhos pelos oceanos até os portos estrangeiros.
O colapso do monopólio das Índias Orientais em 1833 acirrou a competição internacional pelo chá e serviu de estímulo aos mercadores, que viajavam pelos mares da China e Oceano Índico, em torno da Boa Esperança para atingir Nova Iorque e Londres, principalmente.
A popularidade crescente do chá levou à utilização de certos aditivos curiosos para aumentar o conteúdo dos baús de chás revestidos de folha de estanho, entre flores de freixo (fervidas com esterco para adquirir a cor ideal), e até grafite. O chá verde era, às vezes, adulterado com caulim, açafrão e sulfato de cálcio.
Até hoje prevalece o costume, em algumas regiões da China, de lavar o chá em água fria ou quente, e descartar essa primeira água, com o intuito de oferenda, mas também de limpeza da erva.
Chá do Ceilão
O Sri Lanka é um dos maiores exportadores de chá do mundo, representando quase um terço do comércio global. Na foto abaixo colhedores de chá no fim do século 19:
Seu sucesso só se desenvolveu após uma sucessão de acidentes agrícolas. Em 1948, após se tornar independente da Grã Bretanha, e ser imensamente desmatado e explorado para a plantação de café, tudo foi por água abaixo devido a ferrugem-do-café (Hemilelia vastatrix), e do rato do café. Desesperados, lançaram a mão da Camelia sinensis. Enfim conseguiram tirar bem mais proveito.
Anatomia de uma planta de chá
Com até 5 colheitas por ano, a Camellia sinensis é uma planta muito produtiva. Utilizam-se desde brotos até as folhas maduras e pequenos galhos.
Essas fotos tiramos hoje mesmo para mostrar como as mini árvores do chá são:
Geralmente há uma haste com duas folhas e um broto:
Esses brotos produzem chá branco e verde na primavera! As flores não conseguimos mostrar, pois já caíram. Mas afirmamos: elas são brancas. No interior delas tiramos as sementes.
Gostaria de sementes de chá verde,
Parabéns pela reportagem
Mi
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